Eu e a Leitura

Ao ler o texto de Larrosa e ver como ele faz parecer encantadora a ação de ler, de como parece mágico o momento da leitura descrito por ele, comecei a pensar sobre minha relação com a leitura e confesso que não fiquei nada satisfeita.
Me esforcei muito para encontrar na minha memória a leitura como algo freqüente e muito prazeroso, no entanto o que encontrei e os sentimentos que revivi não foram muito agradáveis.
Li diversos livros na escola, em todas as que eu estudei tínhamos leitura obrigatória, com prova e resposta daquelas fichas que vem dentro do livro, acho que foi ai que começou meu desespero. Ler com a obrigação de aprender, de tirar algo útil e de sentir prazer lendo eram coisas que não faziam sentido para mim. Como eu vou ser obrigada a gosta e a aproveitar algo do que estou lendo se muitas vezes nem fui eu quem escolheu?!
Essa questão de eu não gostar loucamente de ler livros, porque é dos livros que eu não gosto, sempre foi um problema pra mim, não entendia como eu podia não gostar de algo tão maravilhoso, mas tudo se resolveu quando fui numa palestra do Rubem Alves e ele disse a seguinte frase ‘ O que mata a leitura é a obrigação de ler e usufruir, quando ela passa a ser uma obrigação, perde-se toda a graça’, quando ele disse isso me encontrei e me senti normal novamente. Afinal o que aconteceu comigo foi exatamente isso.
No entanto não são só coisas ruins que eu penso sobre a leitura, pois apesar de tudo, meus pais foram muito hábeis no exercício de não me deixar odiar a leitura, eu até chego a sentir como essa imagem que coloquei aqui, como se tivessem borboletas em meu coração e sinto grande alegria.
Apesar de poucos serem os livros que me fizeram realmente sentir todo esse prazer e me transportar para outro mundo, posso dizer que sim, eu já senti o prazer da leitura, lendo por exemplo: Polyana, Os Miseráveis, A filha da vendedora de crisântemos, Crianças na escuridão, Papelão, entre outros, não muitos, mas outros.