segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Todos se igualam pelas suas diferenças!



A normatização da educação especial foi baseada na perspectiva inclusiva, de forma, que todos tenham acesso à educação e ao desenvolvimento de suas capacidades, sem que um conhecimento se sobreponha a outro. A educação especial ideal não esta segregada em escolas especializadas, mas sim, presente no cotidiano escolar. Assim, a inclusão chega à escola com o intuito de fazer da sala de aula um espaço comum a todos.

Ao ler o texto consegui relacionar muitos conteúdos com as aulas da disciplina EP 153. Como a contradição de escutarmos que não existe metodologia dentro da aula de Metodologia do Ensino Fundamental. A sala é espaço de multiplicidade, o que exige grande movimento das aulas, daí a razão de se desprender de métodos universais. A escola inclusiva se baseia na educação múltipla, e assim, entende-se que não há como traçar perfis específicos dos alunos e racionalizá-los em normais e especiais.

Contudo, o que mais chamou minha atenção foi desviar o olhar, já acostumado, do termo diversidade à multiplicidade. Até então, não tinha compreendido que a diversidade vai contra a luta multicultural. Enquanto a multiplicidade mostra a unicidade de cada um, a diversidade associa os indivíduos a grupos comuns. Cada sujeito é único em si, logo, não é possível associá-los da mesma maneira. Ao fazê-lo, mesmo sem desejar, surgirá uma identidade rotulada e fixa.

A educação inclusiva é um grande desafio. Infelizmente, por muito tempo a educação dividiu e classificou os alunos, por preconceito, por priorizar as salas homogêneas, ou tantas outras explicações manipuladas. A educação necessita de mudança, e esperar não é uma opção. O professor pode fazer de sua prática cotidiana um espaço de mudança. Entender que a subjetividade múltipla em sala é movimento, produção e criação é um bom começo. Melhor ainda, é se utilizar dela para renovar sua prática a atender o novo que surge a cada encontro. Cada vez mais percebo a aula como acontecimento. A cada início de período encontramos o inesperado, e será nosso trabalho usá-lo de forma a auxiliar o desenvolvimento de todos.

sábado, 29 de outubro de 2011

"O Nome dos Outros" ou A Visão que Vê

OLHAR E VER

Quando olho, sinto meus sentidos visuais passarem como de relance sobre as coisas, superficialmente, sem qualquer profundidade. Interpreto a percepção rasa com meus julgamentos adquiridos através de minhas experiências e acabo obtendo mais do mesmo... mais daquilo que já sei de cor e salteado e que de nada me auxilia em meu progresso e no dos demais ao meu redor.

Experimento então ver... ver é algo complicado pra quem estava acostumado a apenas olhar e reagir sem ao menos dar o mínimo de chance daquela coisa se desnudar a sua frente. Ver é infinito, é profundidade, e é, ao mesmo tempo, simplicidade. Simplicidade que não se alcança com facilidade, pois que impõe um duro trabalho de aprofundamento na observação e um consequente distanciamento. É fato que para isso há de haver vontade, e muita, principalmente no início da subida rumo ao mundo que não se olha... se vê!

Esse mundo não se vê com os olhos... se vê com a alma, com o espírito ou com o que quer que queiram chamar essa substância que não se vê mas que se sente presente em nosso âmago. Ver com a alma nos oportuniza atingir a verdade, que também é mutável e multifacetada...

Mas.... uma vez que se entra em contato com esse novo mundo, um mundo de imaginação, criação e infinitas possibilidades, dificilmente contentamo-nos com o mundo anterior... o da superficialidade.

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No texto temos uma proposta de consideração do outro como alguém, como alguém como eu e como você. As diferenças superficiais que nos é muito clara, pode tanto empobrecer-nos como enriquecer nossas experiências. Em grupo criamos esse mundo, então que o possamos aceitar da maneira que é e através dele nos tornemos aptos a conceber a vida que todos merecemos e queremos tanto.

Observar, aceitar e agir a partir do que temos, usar daquilo que nos é dado em abundância é a única forma de nos unirmos em prol de um futuro iluminado para todos. É simples.... basta começarmos!

Desejo a todos nós que nossa visão nos permita ver!




Postado por Lívia da Costa Quezado Ribeiro
RA 091972

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

"O nome dos outros"


“Uma educação que aposte transitar por um itinerário plural e criativo, sem regras rígidas que definam os horizontes de possibilidade."

O texto “o nome dos outros” trouxe-me novas concepções sobre as possibilidades da diferença e da igualdade, o que há realmente no espaço potencial entre as pessoas. Relembrei uma fábula do filósofo alemão Arthur Schopenhauer que acredito que seja muito relevante nessa discussão:

“Um grupo de porcos-espinhos perambulava num dia frio de inverno. Para não congelar, os animais chegavam mais perto uns dos outros. Mas, no momento em que ficavam suficiente próximos para se aquecer, começavam a se espetar com seus espinhos. Para fugir da dor, dispersavam-se, perdiam o benefício do convívio próximo e recomeçavam a tremer, o que os levava a buscar novamente a companhia uns dos outros – e o ciclo se repetia: a luta para encontrar uma distância confortável entre dor e a proximidade”

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Nome do Outro

As classificações obedecem a regras , mas sempre envolvem uma pitada de subjetividade. Na taxonomia biológica, o ordenamento de todos os níveis acima da espécie contém alguma arbitrariedade. Mas a espécie, nível inferior, tem um estatuto especial: “Segundo os dogmas do ‘conceito de espécie biológica’, cada espécie representa uma unidade ‘real’ na natureza. (MAGNOLI, Demétrio. Uma gota de sangue: história do pensamento racial. P.29. São Paulo: Contexto 2009).

Acredito que esta passagem consiga traduzir minha leitura sobre ‘O nome dos outros’. Uma leitura que nos remete aos mais tímidos preconceitos silenciados pela tradição, pela cultura e perpetuados pela educação. Mas quais seriam os critérios que sustentam essas regras? Incoerentemente, tais critérios são imbuídos de preconceitos naturalizados e mascarados pela própria subjetividade. Pois a mesma se constitui também por meio de elementos herdados e incorporados ao longo de nossa existência. Talvez, a subjetividade não daria conta de explicar a unidade real que representamos na natureza, diga-se de passagem, historicamente multicultural, ou seja, constituída de tantos “OUTROS”.

O nome dos outros.Narrando a alteridade na cultura e na educaçãol Silvia Duschatzky e Carlos Skliar



Ao ler o texto proposto me lembrei de uma música do Gabriel O Pensador que fala um pouco sobre o racismo e a pluralidade cultural do Brasil. Como no trecho a seguir:

"Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco
Aliás, branco no Brasil é difícil, porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda, então olhe para trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou
Nasceram os brasileiros, cada um com a sua cor
Uns com a pele clara, outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral"

O Brasil é um país multi cultural, multirracial e portando temos que considerar esta diversidade acima de tudo.
O respeito é essência, alicerce para a vida em sociedade, então não entrarei neste critério. Entretanto, ainda utilizamos como argumento questões que segregam as pessoas pelo que elas realmente são. Sem levarmos em consideração que somos, na maioria, parte desta miscigenação. Aí entendo o que no texto os autores tanto pontuam em relação à alteridade. Precisamos, a exemplo, negar algo para nos afirmar. É necessário encontrar um referencial para se julgar isso e ou aquilo.
Para tanto, vejo que a Educação e a Escola como articuladoras desses sentimentos de alteridade, que são úteis para a formação da identidade, encontrem uma maneira equilibrada de lidar com essas questões para que elas não se transformem em preconceito. Nós como futuros educadores, temos que relevar as diferenças e a diversidade, mas sempre enfatizando que elas não são fonte para julgamento moral.



Sobre o Texto " O nome dos outros.....

O texto "O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação" me deixa mais desanimda do que animada. A mim me parece realmente difícil educar na diferença, pois percebo que apenas mostrar, colocar em evidência uma ou muitas diferenças não é de modo algum educar para que se saiba conviver com as diferenças sociais e culturais.


Entretanto se conhecer as outras realidades não basta e se tolerar é na realidade ver o outro sem olhar, é nos acomodar com coisas que deviam imcomodar. Então qual é o caminho?


Acho que talvez, e é só um talvez, esse papo de diferença seja um tipo de circo enquanto ficamos todos entretidos com essa discussão sobre o multiculturalismo e tolerância e inclusão e isso e aquilo não fazemos nada apenas vamos levando adiante um discurso que já "passou do ponto" para que não nos responsabilizemos pelo fato de não estarmos cada um de nós cumprindo nossas funçoes de pais, alunos, professores e Estado.




o nome dos outros

O outro como fonte de todo mal, não se verifica necessariamente na sua eliminação física. Existem outras formas tão sutis e brutais de elimina-lo. Uma das formas dessa eliminação são as regulações que os indivíduos estão sujeitos que limitam o expressar das diferenças e que estabelecem as fronteiras e as regas do jogo, cabendo ao sujeito acatar sem poder se manifestar. Há nesse caso uma regulação da alteridade, um controle que define como deverá ser ou outro, como ele deverá se comportar e como ele deverá pensar.

É importante realçar que o eu existe nesse aspecto como ser secundário, como uma inversão da nossa própria imagem. O outro nada mais é do que aquilo que não somos e é sempre visto a partir da nossa visão. Precisamos do outro para justificar as nossas crenças, leis, valores. Por exemplo, precisamos do selvagem para assumir a civilização. Dessa forma, portanto, o outro é o responsável pelos males e pelas falhas sociais. Outras vezes sente-se a necessidade de encaixar o sujeito numa cultura especifica conferindo assim uma falsa identidade desconsiderando a construção que os sujeitos fazem de si mesmo ao longo da sua vida e esquecendo o caráter dinâmico que as culturas possuem.

Quando define-se na tolerância como “respeito e consideração às opiniões dos demais, mesmo que repugnem às nossas” corremos o risco de cairmos no relativismo e naturaliza-la , de sermos indiferentes perante o que nos é estranhos e de uma comodidade excessiva frente ao familiar.

Fica o desafio de refletirmos sobre as imagens que estamos construindo do outro que muitas vezes o aniquila e não permite que ele se mostre verdadeiramente e de questionarmos as diferenças e não simplesmente tolera-las, pois elas não pedem aceitação, mas confronto para que possam continuar a se multiplicar.

O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação

Silvia Duschatzky e Carlos Skliar



No mundo existe diversas culturas diferentes, com ideologias, características, religião e existe diversas maneiras como as pessoas tratam com a diferença. Hoje a ideia de multiculturalismo está muito presente no cotidiano escolar, na mídia e nas famílias. O multiculturalista conservador fixa nos sujeitos uma únicas identidade, “que é como condená-los a não ser outra coisa senão que aquilo que se é” . Já a tolerância pode fazer com que fiquemos com um pensamento fraco, sem reconhecimento. Então seria “impossível a tarefa de educar na diferença? Felizmente, é impossível educar se acreditamos que isto implica formatar por completo a alteridade, ou regular sem resistência alguma, o pensamento, a língua e a sensibilidade. Porém parece atraente, pelo menos não para poucos, imaginar o ato de educar como uma colocação, à disposição do outro, de tudo aquilo que o possibilite ser distinto do que é, em algum aspecto. Uma educação que aposte transitar por um itinerário plural e criativo, sem regras rígidas que definam os horizontes de possibilidade.” [p 135 ]

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O nome dos outros





Na época em que vivemos hoje, o multicuturalismo é aparentemente aceito, mas sabemos que no fundo as pessoas ainda possuem preconceito. O âmbito educacional é o primeiro lugar onde a criança se depara com as diferenças, e é nesse primeiro contato que o professor precisa ensinar o respeito para com as diversidades etnicas, sociais e culturais. É desde cedo que as pessoas precisam aprender a ter esse respeito e encarar as diversidades como algo natural do ser humano, e não como o autor cita "o outro como sujeito pleno de um grupo cultural".(p.120) É preciso encarar a difrença como algo bom, que acrescenta coisas boas.





quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Ceci n'est pas multiculturalisme - O Nome dos Outros

Nós brasileiros temos um interessante discurso sobre cultura. Nos orgulhamos em mostrar as diversas origens das gerações que nos precederam. "Sou descendente de portugueses e índios por parte de pai e de negros e poloneses por parte de mãe".

Exageros a parte, é pertinente questionar o que esse orgulho e essa diversidade de origensrealmente significa em nossas vidas cotidianas? E nos projetos pedagógicos? E nas políticas públicas?



(Ceci n'est pas multiculturalisme. Ou é?)

Numa busca rápida pela internet com a palavra "multiculturalismo", é fácil encontrar imagens com mão de diversas cores unidas, de crianças negras, brancas e asiáticas se abraçando e assim por diante. Isso é multiculturalismo?
Fotos de festas folclóricas também são constantes. Será esta a maneira de tratar o multiculturalismo nas escolas? Elevando diferentes culturas a manifestações "exóticas"?

O texto de Duschatzky e Skliar é de extrema relevância para a discussão do multiculturalismo, da alteridade e da tolerância, levantando questões pertinentes, que nos fazem refletir sobre nossas próprias práticas - pessoais e profissionais - acerca destes temas.

"Felizmente, é impossível educar se acreditamos que isto implica formatar por completo a alteridade, ou regular sem resistência alguma, o pensamento, a língua e a sensibilidade. Porém parece atraente, pelo menos não para poucos, imaginar o ato de educar como uma colocação, à disposição do outro, de tudo aquilo que o possibilite ser distinto do que é, em algum aspecto. Uma educação que aposte transitar por um itinerário plural e criativo, sem regras rígidas que definam os horizontes de possibilidade." (Duschatzky, Skliar. p. 136)

O Nome dos Outros

Na maioria das vezes, vimos o “outro” como o culpado e aquele que acarreta os problemas, só acontece com ele, só ele faz errado, o outro sempre visto como um fator negativo e o “eu” como o positivo dentro da sociedade, e mesmo que o eu faça algo como o outro a justificativa sempre é pra não se igualar a ele. Acho que a maneira com que lhe damos com as diferenças é assim, sabe que ela existe (no outro) e por conta disso ninguém se interessa na integralização dos diferentes na sociedade e com o “eu”. Na minha opinião, um educador deve mostrar que as diferenças existem em todos os lugares, que mais do que saber conviver com a diferença do outro é entender que ela existe, que ninguém é igual e que antes de existir o outro diferente existem pessoas! Devemos parar de olhar o outro como o negativo e passar a olhar todos como seres humanos positivos, basta se colocar no lugar do outro. Por-se no lugar do outro é uma tarefa difícil, porque os seres humanos fazer ser, mas antes de tudo somos pessoas, temos alma, coração e sentimentos, a partir disso não acredito que seja impossível se colocar no lugar do outro, sendo nós o outro deles (e outra, quem é que nunca se imaginou estando no lugar de outros que acreditamos serem superiores a nós, o exercício é o mesmo). Valorizar o que o outro tem de bom não vai matar ninguém, pelo contrario mudará toda uma estrutura dentro de nós mesmos como pessoas. Na nossa profissão devemos junto com nossos alunos, olhar o outro sem preconceito e/ou superioridade, ver o outro e se por no lugar dele e mostrar que as diferenças estão na sociedade e delas temos que tirar o que é bom, temos que ver as pessoas.

O Nome dos Outros

 
           “O nome dos outros” ao buscar uma ruptura com os conceitos que são explicados através do senso comum, me fez lembrar do chamado “desconfiar sempre” das explicações que abordam determinados assuntos, nesse caso, os discursos que tratam a diversidade. Dentro da palavra “diversidade” está o outro e é exatamente esse outro que justifica as nossas condutas; por outro lado, o outro também é utilizado para justificar as crises ocorridas, para serem culpados: “O outro diferente funciona como o depositário de todos os males, como o portador das falhas sociais. Este tipo de pensamento supõe que a pobreza é do pobre; a violência, do violento; o problema de aprendizagem, do aluno; a deficiência, do deficiente; e a exclusão, do excluído”. Assim, ver o outro como culpado pelas crises, faz com que exista uma única verdade, um único modo de ser: o de não ser como o outro.
           Dentro do contexto escolar, a diferença com o que se passa entre os alunos (os outros para os professores) faz com que os professores estabeleçam condutas que servirão para todos, traçando um perfil ideal a ser seguido e elogiando os alunos que seguem tal perfil (aqui vale lembrar do conceito de diferença descrito por Tomaz Silva, em que a diferença não está entre x e y, está no que se passa entre x e y). Com isso, vale pensar nas possibilidades de educar na diferença, sem utilizar o senso comum de diversidade, multiculturalismo.

"O nome dos outros (...)" e Saramago.


O texto de Silvia Duschatzky e Carlos Skliar mexeu demais comigo. O conteúdo aborda a raiz de muitas questões e considerei excelente fazer esse mergulho.
Quando os autores dissertam que 'o problema da representação é a regulação e o controle do olhar que, por sua vez, define quem são e como são os outros', pensei ter encontrado, nisso, o desenvolvimento de todas as demais ideias do texto. Deste argumento, desenvolve-se a ideia da não ingenuidade dos esteriótipos e seu poder de controle social sobre a alteridade. Esta, consequentemente, reforça a identidade porque apoiamo-nos em uma generalização de conceitos para que possamos afirmar o que somos. E, por meio dessa necessidade do outro para nos situarmos no mundo, nasce, também, a necessidade de um contexto, de pertencimento a um grupo, nicho ou cultura. Assim, o multiculturalismo se apresenta "como a autorização para que os outros continuem sendo esses outros, porém, em um espaço de legalidade, de oficialidade, uma convivência sem remédio", porque "respeita a identidade do outro, concebendo esse outro como uma comunidade autêntica fechada, da qual ele, o multiculturalismo, mantém uma distância que se faz passível graças à sua posição universal privilegiada." Desta maneira, o multiculturalismo não é dinâmico, uma vez que ele atrofia a visão de interação entre as diferenças e, não obstante, reforça o controle do olhar, alienantemente, direcionando-nos.
A respeito da tolerância, o texto me encaminhou a pensar a respeito da isenção da responsabilidade que temos a respeito de tudo que pensamos. Concordo plenamente que a mesma "nos exime de tomar posições".
Paralelamente, a Educação se apresenta como um setor da vida que, embora direcione muitas visões, permite que tomemos partido de todos os conteúdos - teóricos e práticos -, desde que, para isso, estejamos dispostos a nos despojar das amarras da tolerância, da indiferença e, obviamente, do comodismo.
A fim de ilustrar tudo que li e refleti, considero muito válido compartilhar este vídeo. Saramago aborda, como ninguém, o MUITO que existe nas entrelinhas da convivência - com os outros e conosco mesmos. Estaremos vivendo, afinal, o mito da caverna? ...


http://www.youtube.com/watch?v=XvKzrsAk168&feature=related

O Nome dos Outros

Muito interessante e válida a reflexão que o texto propõe a respeito de multiculturalismo, educação multicultural e tolerância, seus possíveis significados e as consequências práticas deles. Esses termos estão frequentemente presentes em discursos em prol da democracia, da igualdade de direitos e da boa convivência em sociedade, porém, o texto nos alerta para o fato de que não necessariamente tais termos impliquem nesses aspectos desejados.
Não é certo que a defesa do multiculturalismo, inclusive na educação, seja garantia de resultados positivos: dependemos de como ele será considerado e trabalhado. Surgem, então, vários questionamentos. O multiculturalismo não pode ser pensado como o respeito às minorias acompanhado da adequação delas ao perfil da maioria? Ou como uma conscientização e conhecimento da existência do Outro diferente? De maneira análoga, a tolerância: ser tolerante significa tolerar tudo? Mesmo aquilo que fere uma cultura, mas é adequado para outra?
Há ainda a questão do individuo. Nem todos são afetados da mesma forma pela cultura na qual estão inseridos; cada indivíduo tem a sua particularidade. Estaríamos no caminhos certo, então, se considerarmos uma cultura como algo fechado e padrão? E, do mesmo modo, se tolerarmos cada especificidade dos sujeitos?
Enfim, educar envolve indivíduos, que vivem em culturas distintas e as absorvem de formas também distintas, que estão inseridos em uma cultura dominante. Tanto professores quanto alunos sofrem com a criação de estereótipos e com a ideia de que o Outro diferente é a causa de todo mal. Assim, acredito que educar depende de, primeiramente, o educador ser flexível, resistir em alguns momentos e tolerar em outros, conhecer o aluno, ir além do discurso ou do currículo e mostrar no comportamento que considera, respeita e valoriza o diferente (o que não o obriga a concordar com), o que, provavelmente, formará sujeitos com postura semelhante. Como conclui o autor do texto: “Uma educação que aposte transitar por um itinerário plural e criativo, sem regras rígidas que definam os horizontes de possibilidade.”

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"O Nome dos Outros"


O cego chega na joalheria e tateia algumas peças.
O ouro brilha silencioso ante aqueles olhos que não podem fitar o seu esplendor.
O cego larga uma peça. Pega outra.
Despreza uma terceira e, convencido de que a quarta é mais atraente, tira uma fortuna de seu bolso e adquire a jóia.
Julga ele que o seu tato acabara de lhe desvendar uma raridade incomum, inigualável e superior a qualquer outro item.

Agora entra na loja um homem de olhos límpidos, visão perfeita, e, não tendo que se limitar apenas às formas para traduzir a beleza das jóias, inebria-se com o fascínio gerado por cada colar, anel, brinco, etc., pois cada vez que fita um adereço diferente é comovido pelo brilho cintilante da pepita de ouro, que serve de base para a confecção de cada artefato.

Podemos comparar a escola ao exemplo da joalheria.

Há professores cegos, que vivem tateando às escuras, encarando cada aluno na superficialidade de um momento ou de uma determinada situação, e há professores que buscam penetrar mais fundo na chispa que arde em cada educando, vendo o "ouro" da vida manifesto em todos eles, apesar de as jóias confeccionadas ostentarem contornos e silhuetas distintas.

Dessa forma, quando se for tratar de alteridade e almejarmos levantar o dedo para nos diferirmos de outrem, deveremos lembrar que o outro do outro sou eu, e sendo eu também um outro, posso encontrar no outro uma identidade de mim mesmo.

“O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação”

O outro.
Quem é este que busca seu espaço em meio a um aglomerado de outros?
E este aglomerado torna-se igual...
Mas a igualdade quer realmente respeitar?
O egoísmo tenta fazer alguma ligação entre os sujeitos.
Mas como isto é possível se para considerar o diferente chamamos de ‘outro’?
Ser diferente é estar em constante processo de metamorfose.
Todos nós estamos propensos às transformações.
O que nos difere ao mesmo tempo une.
Romper com a alienação, com o pré-conceito e partilhar do mesmo sentimento.
Educar com tolerância? Não!
“Transitar por um itinerário plural e criativo, sem regras rígidas que definam os horizontes de possibilidade.”
Aprender a aprender...

O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação.

O texto trata a alteridade como demarcadora de limites, espaços, que tenta diluir conflitos. É possível diluir conflitos na tentativa de educar na diferença?
"Necessitamos do outro, (....) pois de outra forma não teríamos como justificar o que somos"
A visão que temos do outro fundamenta a visão que temos de nós mesmos, não tolerar o outro significa que não toleramos a nós mesmos? Negar o outro é negar a si mesmo?
Para abrir espaço para a tolerância, já que necessitamos do outro, deveríamos entender que na essência somos iguais, então por que se torna tão difícil educar na diferença?

Discussão em sala 12/11

"Quando falamos de diferença, não estamos perguntando sobre uma relação entre x e y, mas, antes, sobre como x devém outra coisa"

Mais do que tolerar as diferenças é necessário pensar como ela é produzida e questioná-la, dentro da tolerância e do respeito. E entender as relações de poder presentes na diferença.


Emanoelle Almeida
Isadora Stefanini

Já diria Nelson Rodrigues...

"Toda unanimidade é burra"

Esse texto me faz lembrar algumas discussões que temos em sala (nessa aula mesmo) e como saímos irritados com algumas opiniões proferidas em sala.
É interessante pensar que nós mesmo não aceitamos muito bem as opiniões divergentes das nossas. Isso porque estamos numa Universidade pública e acreditamos ter um pouco de senso de alteridade, de respeito às diferentes culturas, crenças e ideologias.
Mas na prática, percebemos o quão difícil é lidar com o que é diferente de nós. O preconceito nos faz ignorar, desprezar ou até mesmo atacar o que é diferente e desconhecido. Mas ..... mas sinceramente?
Terei que refletir um pouco mais pra postar um pensamento concreto aqui...por enquanto só tenho dúvidas....

A IDENTIDADE JOGA PELAS PONTAS; A DIFERENÇA, PELO MEIO.


Frase:

A IDENTIDADE JOGA PELAS PONTAS; A DIFERENÇA, PELO MEIO.


A partir desta frase, fizemos uma analogia com uma gangorra, onde a identidade seria as pontas e a diferença seria o centro.

Partimos do conceito de que identidade é uma característica genérica, que não mostra quem a pessoa. “Sou brasileiro” é uma identidade, porém, dentro do Brasil existe variações culturais, sociais e econômicas. E que sempre uma identidade vai pesar sobre a outra, pura relação de poder. As diferenças seriam esse encontro, as características de cada um, suas particularidade, suas diferenças e o convívio com elas.



Nome: Aline Moura Rocatto

Ellen Cristina Ceccon

Thais Helena Palhares


O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação.

A escola é uma instituição onde a alteridade, o multiculturalismo e a tolerância estão sempre presentes, entender a lógica por trás da mídia e de livros didáticos que pregam a diferença ou o multiculturalismo, mas sem o intuito de se fazer entender num sentido de equivalência e sim como um modo de estagnar as práticas da sociedade, pensando no diferente como sendo o ruim, ou pior pensando na identidade como sendo única. Acredito que os professores cometem este erro, julgam e classificam sem levar em conta o indivíduo, pensando de um modo pejorativo toda uma cultura.

Em um dos modos presentes na educação multicultural citado no texto, “a lógica do capital humano, supõe que a educação é a imersão necessária para que todos, mesmo as naturalmente privados de cultura, adquiram habilidades úteis para sua empregabilidade em um hipotético mercado de trabalho. Nessa versão, as escolas cumprem um papel de meros instrumentos de competitividade, territórios de conformidade com os códigos de integração dominantes.” (p.21) vejo que as escolas públicas do país cumprem muito este papel de ensinar a cultura dominante como a única boa, fazendo alguma referência às demais culturas apenas como um discurso vago, fazendo com que os alunos introjetem que suas capacidades são baixas e se sintam cada vez mais excluídos.