quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sobre "Um manifesto pós-estruturalista para a educação" e "A produção social da identidade e da diferença", de Tomaz da Silva

Os dois textos de Tomaz Tadeu da Silva, "Um manifesto pós-estruturalista para a educação" e "A produção social da identidade e da diferença", possibilitam muitas reflexões sobre o currículo aplicado nas escolas brasileiras, sobre a atuação do professor em sala de aula, e a relação com o conhecimento e a verdade. O conceito de desconfiar do que é visto como verdade por uns, visto anteriormente, retorna e traz os conceitos de identidade e diferença, ambos produzidos pelo homem; exatamente por serem produzidos pelo homem, por nós, é que a identidade e a diferença estão sujeitas as relações de poder, que incluem e excluem, e que sempre buscam o privilégio, o reconhecimento, seja da identidade, seja da diferença. As relações de poder que estão nos conceitos da identidade e diferença ficam claras quando olhamos para a escola, que, muitas vezes, apaga a diferença existente entre os funcionários, alunos, ou pais, e enxerga o outro como um problema. Dentro da sala de aula, o professor está como porta-voz de uma determinada concepção de mundo, que vê os alunos como aqueles que apagam as suas trajetórias de vida quando estão na sala, fazendo com que exista uma identidade, o que, por consequência, traz a homogeneização. Desse modo, concordo com o que o autor dos textos afirma: “educar significa introduzir a cunha da diferença em um mundo que sem ela se limitaria a reproduzir o mesmo e o idêntico, um mundo parado, um mundo morto”. Tendo por base esse tipo de sentido que “educar” possui, se faz necessário pensar em uma pedagogia que induz o questionamento à identidade e ao poder que ela está associada.

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