quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"O nome dos outros (...)" e Saramago.


O texto de Silvia Duschatzky e Carlos Skliar mexeu demais comigo. O conteúdo aborda a raiz de muitas questões e considerei excelente fazer esse mergulho.
Quando os autores dissertam que 'o problema da representação é a regulação e o controle do olhar que, por sua vez, define quem são e como são os outros', pensei ter encontrado, nisso, o desenvolvimento de todas as demais ideias do texto. Deste argumento, desenvolve-se a ideia da não ingenuidade dos esteriótipos e seu poder de controle social sobre a alteridade. Esta, consequentemente, reforça a identidade porque apoiamo-nos em uma generalização de conceitos para que possamos afirmar o que somos. E, por meio dessa necessidade do outro para nos situarmos no mundo, nasce, também, a necessidade de um contexto, de pertencimento a um grupo, nicho ou cultura. Assim, o multiculturalismo se apresenta "como a autorização para que os outros continuem sendo esses outros, porém, em um espaço de legalidade, de oficialidade, uma convivência sem remédio", porque "respeita a identidade do outro, concebendo esse outro como uma comunidade autêntica fechada, da qual ele, o multiculturalismo, mantém uma distância que se faz passível graças à sua posição universal privilegiada." Desta maneira, o multiculturalismo não é dinâmico, uma vez que ele atrofia a visão de interação entre as diferenças e, não obstante, reforça o controle do olhar, alienantemente, direcionando-nos.
A respeito da tolerância, o texto me encaminhou a pensar a respeito da isenção da responsabilidade que temos a respeito de tudo que pensamos. Concordo plenamente que a mesma "nos exime de tomar posições".
Paralelamente, a Educação se apresenta como um setor da vida que, embora direcione muitas visões, permite que tomemos partido de todos os conteúdos - teóricos e práticos -, desde que, para isso, estejamos dispostos a nos despojar das amarras da tolerância, da indiferença e, obviamente, do comodismo.
A fim de ilustrar tudo que li e refleti, considero muito válido compartilhar este vídeo. Saramago aborda, como ninguém, o MUITO que existe nas entrelinhas da convivência - com os outros e conosco mesmos. Estaremos vivendo, afinal, o mito da caverna? ...


http://www.youtube.com/watch?v=XvKzrsAk168&feature=related

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