quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O NOME DOS OUTROS. NARRANDO A ALTERIDADE NA CULTURA E NA EDUCAÇÃO

Os discursos sobre cultura, alteridade, identidade, inclusão, diversidade e diferença estão na ordem do dia, muito frequentes na sociedade e, consequentemente, ainda mais na escola. Seriam termos verdadeiramente carregados de significados e mudanças em nossas vidas ou simplesmente discursos acerca de alguma democratização? Qual seria a real função em usar tais palavras em nosso quotidiano? Mudar, transformar, ou apenas conformar?

Os autores trazem três definições quanto ao uso do termo diversidade, relacionadas e invocadas sempre ao “outro”, de acordo com as formas como o vemos, como, primeiro, o causador dos males, segundo, como sujeito de uma marca cultural e, terceiro, como alguém a tolerar. Tais descrições refletem o peso (alto) que o “outro” paga por ser diferente? Mas o que é ser o outro? E ser diferente?

A modernidade vem construindo e, por certo, já estabeleceu aparatos para controlar e regular a sociedade quanto ao diferente. Assim, as traduções e representações que temos de alteridade são meras interpretações, calcadas em algo que já é “natural” aos nossos ouvidos, que desautoriza pensarmos sobre as diferenças.

É ignorante pensar que as culturas são homogêneas, já que cada uma carrega marcas de seu tempo, crenças e tradições. Nesse contexto, é possível discorrer sobre o multiculturalismo, tema tão fundamental dentro da escola, principalmente, porém tão cheio de questionamentos. Seria ele um dos reflexos da crise da modernidade, posto para negar, inverter a ordem real das coisas?

Na educação, o multicultural é visto também de três formas, como os autores apontam: com um viés folclórico, ligado aos festejos escolares; reduzindo a diversidade ao déficit (nomeando os pobres, negros, favelados, em situação de menoridade); e como discurso legitimador da sociedade. Aqui, os objetivos se convergem: ao mesmo tempo em que o multiculturalismo está relacionado com a ideia de respeito à cultura alheia, ele traz à tona uma ideia de integração nessa outra cultura, que se considera hóspede da outra, tendo como resultado os conflitos. Não seria o multiculturalismo “criado” para reduzir tais conflitos? Como explicar essa alteridade?

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