quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Reflexões sobre a educação como sujeição e as noivas do cordeiro:



As relações de poder coexistem nas diversas dimensões dos processos educacionais, nas diferentes vertentes preconizadas pelas práticas pedagógicas. Várias são as teorias que buscam entender essas relações, colocando-as numa posição distanciada como objeto de análise. Mas mesmo as mais libertárias não conseguem se isentar do domínio que exercem e sofrem, simultaneamente, uns sobre os outros. Ou seja, como afirma Foucault, o poder compreende todas as dimensões das relações humanas. Opressores e oprimidos estão de alguma forma exercendo e também sofrendo esse poder. Contudo, um dos maiores desafios não está em apenas identificar esses momentos, mas sim torná-los equânimes, equalizá-los. Muitos métodos pedagógicos estão imbuídos de práticas tidas como perniciosas, sendo os educandos alvejados por estas. Contudo, nesta idéia canalizada e direcionada sobre a definição de poder, não conseguimos compreender as formas pelas quais ele se manifesta, como o próprio educador que está, mesmo que inconscientemente, submetido ao controle e vigilância, formas de se sujeitar ao poder pelas próprias pelas regras e normas institucionais; direcionando, desta forma, uma compreensão de poder percorrido por uma única via, tal como educador-educando, quando estes são apenas elementos de uma teia maior e mais complexa. Assim, numa breve e simples relação com “As noivas do cordeiro”, percebemos como idéias, pré-conceitos e concepções à priori são formados e perpetuados por gerações sem o mínimo questionamento sobre as mesmas, legados presentes nas práticas pedagógicas. Entendendo o poder como uma relação apenas de sujeição, deixamos de compreender sua dimensão de resistência e eternizamos os porquês silenciados da origem deste domínio.

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