quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O Nome dos Outros

Muito interessante e válida a reflexão que o texto propõe a respeito de multiculturalismo, educação multicultural e tolerância, seus possíveis significados e as consequências práticas deles. Esses termos estão frequentemente presentes em discursos em prol da democracia, da igualdade de direitos e da boa convivência em sociedade, porém, o texto nos alerta para o fato de que não necessariamente tais termos impliquem nesses aspectos desejados.
Não é certo que a defesa do multiculturalismo, inclusive na educação, seja garantia de resultados positivos: dependemos de como ele será considerado e trabalhado. Surgem, então, vários questionamentos. O multiculturalismo não pode ser pensado como o respeito às minorias acompanhado da adequação delas ao perfil da maioria? Ou como uma conscientização e conhecimento da existência do Outro diferente? De maneira análoga, a tolerância: ser tolerante significa tolerar tudo? Mesmo aquilo que fere uma cultura, mas é adequado para outra?
Há ainda a questão do individuo. Nem todos são afetados da mesma forma pela cultura na qual estão inseridos; cada indivíduo tem a sua particularidade. Estaríamos no caminhos certo, então, se considerarmos uma cultura como algo fechado e padrão? E, do mesmo modo, se tolerarmos cada especificidade dos sujeitos?
Enfim, educar envolve indivíduos, que vivem em culturas distintas e as absorvem de formas também distintas, que estão inseridos em uma cultura dominante. Tanto professores quanto alunos sofrem com a criação de estereótipos e com a ideia de que o Outro diferente é a causa de todo mal. Assim, acredito que educar depende de, primeiramente, o educador ser flexível, resistir em alguns momentos e tolerar em outros, conhecer o aluno, ir além do discurso ou do currículo e mostrar no comportamento que considera, respeita e valoriza o diferente (o que não o obriga a concordar com), o que, provavelmente, formará sujeitos com postura semelhante. Como conclui o autor do texto: “Uma educação que aposte transitar por um itinerário plural e criativo, sem regras rígidas que definam os horizontes de possibilidade.”

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