quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Perdoem...eles não sabem o que dizem...

Fiquei absolutamente chocada ao ler isso e precisei colocar em pauta para a discussão.

É isso mesmo que eles querem, pessoas que saibam ler, escrever e contar, MAIS NADA, absolutamente NADA!!!


Vergonha e ignorância, se assim pudermos chamar...

e ainda chama Pedagogia de "Pedagorréia"!!! O que que ele esta pensando???




quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Da resistência a Recusa

Como disse em aula, este texto é um tapa na cara.
Mas um tapa na cara daqueles que colocam a gente no lugar.
Depois da aula eu fiquei pensando, e refletindo com uma amiga inclusive, sobre algumas concepções de feminismo...
Agora eu reli um pedaço do texto que tinha ficado na minha cabeça e de repente ele me pareceu absolutamente claro.
Da resistência a recusa. Fiquei pensando nisso para a questão do feminismo. Uma parte do feminismmo sempre fez o discurso da resistência - resistir aos homens, ao sexo, a pornografia, à todas as posibilidades de amor que não fossem a monogamia, ao seu próprio corpo. O "canto da sereia" de uma libertação que se faz em apagar o poder de qualquer corpo que se coloque como masculino, de se apagar a dominação por neutralizar algo que jamais será neutro, por simplesmente acabar com qualquer relação sincera e sensível com o outro(os que nascem ou querem er homens). Disso para um absoulto "apartheid" sexual, em que homens e mulheres vivam isolados e só se juntem para se reproduzir, ou uma inversão de dominação, em que etaremos nós mulheres como opresoras, estaremos a um passo nessa lógica.
A recusa - a recusa dessa representação de feminino e de masculino, se refazer e se travestir(lindo termo), e assim transformar as relações de dominação em relações de poder somente, sem apagar as diferenças e sem pressupor isso... a recusa do que somos, exatamente isso, para criar o novo. Recusar os padrões sobre o que é ser mulher, recusar os saberes que fixam esse padrão, recusar o que sentimos para poder repensar e travestir esse sentimentos, isso é transformar algo. Se o poder se dá de maneira positiva, na tagarelice, criemos novos discursos, para que coexistam todos os discursos, criemos uma nova pornografia, uma forma de lidar com a sexualidade, com o corpo, com os homens....
E nisso, criamos as tais práticas de liberdade.

Educação como sujeição e como recusa

Ao considerar que “o professor é constituído como o catalisador particularmente ativo, autorizado e comunicativo da produção e reprodução do conhecimento”, pude relacionar essa produção e reprodução do conhecimento com o currículo que o professor se vê obrigado a seguir em sala de aula. Tal currículo vem acompanhado de concepções que serão poucas vezes questionadas, que serão, mesmo de diferentes maneiras, passadas aos alunos através da comunicação, entendida por Foucault como outra técnica de poder, e da autoridade natural do docente. Por isso, o professor que se vê preso a um currículo, mesmo que mude as formas como ele será transmitido, continuará a passar para os seus alunos as concepções de mundo que vieram presas ao currículo.

Educação como Sujeição e Recusa

A leitura do texto "Educação como Sujeição ou como Recusa" foi bem difícil para mim. Difícil no sentido do entendimento do texto, mas vou procurar escrever aqui uma das partes que entendi e que me chamou a atenção.
Corresponde a discussão sobre o 'discurso', que segundo Focault é o que constitui os objetos dos quais fala, ou seja, o conhecimento (verdade) sobre determinado fato é constituído no e pelo discurso.
Isso se aplica à educação, pois a linguagem que se estabelece no processo de aprendizagem, se caracterizando como instrumento de poder, já que "Educar é sujeitar professores e alunos à técnicas de vigilância, exame e avaliação" (p. 103). Portanto, devemos retirar o caráter salvacionista da educação e procurar compreendê-la como ela realmente é: como um cenário no qual estão presentes relações de poder, bem como de sujeição e recusa.

Educação como Sujeição e como Recusa

O texto me trouxe à tona muitas questões sobre a postura que eu terei que tomar em sala de aula. Talvez seja preciso rever pensamentos e concepções formuladas no início da minha vida escolar, quando eu ainda assumia a posição de aluna. Recordo-me que as relações de poder, descritas por Deacon & Parker, estavam constantementes presentes no meu dia a dia, sem que se quer nós (educandos) percebessemos isso. Eis a possibilidade de mudar um pouco dessa realidade em minhas mãos. Pode ser que minha contribuição seja pequena, e será, mas saber que eu posso modificar o percurso de pelo menos um aluno, sem limitá-lo "à sujeição, à disciplina e á recusa", já é motivo suficiente pra ir adiante.

Deixo com vocês uma música famosa, da banda Pink Floyd, que pode nos mostrar o que pensam os alunos que estão enclausurados nessa realidade, mesmo que não nos digam.


Educação como Sujeição e como Recusa

O texto de Deacon e Parker fez com que eu me lembrasse de um texto que li para outra disciplina: o primeiro capítulo de um livro chamado "A invenção da sala de aula" de Inés Dussel e Marcelo Caruso. Gostaria de comentar sobre ele, pois vejo algumas aproximações entre os dois.
Neste capítulo, Dussel e Caruso argumentam como a educação é uma forma de legitimar o governo. Isso se deve a uma mudança na consciência da população que ocorreu ao longo da história. Na Idade Média não havia interesse por parte dos senhores no que os seus subordinados pensavam, contanto que eles cumprissem com as suas obrigações e lhes fossem obedientes. Entre os séculos XVI e XVIII, ocorreu uma mudança de pensamento, e os autores escrevem "Já não se trata de impor a obediência cega sob ameaça de violência, mas de obter a obediência reflexiva, aceita como correta." Era preciso então convencer, por meio de argumentos racionais, da necessidade do respeito às regras, e caso isso não ocorresse, o indivíduo deveria justificar-se e aceitar a punição. Enfim, Dussel e Caruso dizem que para que a população se deixe conduzir por um governo, é preciso que cada indivíduo sinta-se condutor de si próprio. Sobre isso, os autores escrevem que governar-se se relaciona com controlar seus impulsos, comportar-se de acordo com a determinação de códigos sociais, fazer isso de sua liberdade, que não é pura nem irrestrita. Ao fim da argumentação, os autores concluem que a pedagogia é fundamental para o processo de governo, uma vez que esta "trata de educar as consciências e os corpos."
Após pensar muito sobre o assunto, ainda não sei se consigo compreender completamente o que os dois textos propõem, portanto, não sei se é possível timar uma posição a respeito. Mas não deixo de ficar com a pulga atrás da orelha ao refletir sobre o assunto.

“Educação como Sujeição e como Recusa”

“O exame, sustentado pela observação hierárquica e pelo julgamento normalizador (...) permite que características particulares dos sujeitos sob observação ou análise sejam relatadas, classificadas, julgadas e utilizadas (...)” p. 104



Educação como sujeição e como Recusa



"sem dúvida, comunicar é sempre uma certa forma de agir sobre outras pessoas" (Foucault, 1982, p.217).



Realmente acredito que a cada gesto, cada fala, cada atitude que temos, estamos comunicando algo e agindo sobre o mundo em que vivemos, logo, alguém sempre está sujeito ao que comunicamos ou no caso das crianças espera nossa aprovação, portanto, para mim a questão da sujeição e do poder, não são exclusividades da escola.

Estamos sujeitos à imposições e a disciplina o tempo todo e isso, não necessariamente, é ruim e danoso, afinal sem as orientações que recebemos não poderíamos recusar ordens ou fazer escolhas.

"Educação como Sujeição e como Recusa"

“É central aos discursos modernos a crença na universalidade de seus compromissos epistemológicos e ontológicos básicos, não importando se o conhecimento é ditado pela autoridade, descoberto pela razão científica, ou construindo através da comunicação racional.” (DEACON E PARKER, p.98)

Esta tirinha gera várias reflexões. Primeiramente, preparar-se para a sociedade do século 21 não necessariamente significa ter conhecimentos para progredir no mercado capitalista. A sociedade exige isto, mas será que estes fatores são de extrema importância pra o aprendizado e desenvolvimento do sujeito?

E também, pode-se perceber que a professora usa de seu poder – autoritarismo – dizendo que a responsabilidade da qualidade do ensino é exclusiva ao aluno, porém, o sucesso escolar é a soma da cooperação entre a comunidade e a instituição escolar. Então estas trocas resultarão em recíprocas relações que conduzem ao aprender pela experiência – demais dimensões dos sujeitos, não apenas pelo cognitivo.

Educação como Sujeição e como Recusa






"A reação padrão ao fracasso educacional consiste em fornecer mais educação, de forma que a educação se torna o remédio para seus próprios males. Entretanto, as anomalias (taxas altas de fracasso e evasão, irrelevância da educação para o Estado ou para a economia e um declínio mundial nos padrões de qualidade) surgem, proliferam e são reforçadas, ao invés de serem superadas, como a educação proclama. A educação esta planejada para fracassar; ela produz necessidades e sujeitos necessitados, a fim de justificar sua própria necessidade." (p.105)


Achei muito interessante compartilhar aqui o que eu li essa semana na revista VEJA, do dia 21 de setembro de 2011. O economista Claudio de Moura Castro fez uma crítica ao ensino médio brasileiro dizendo:


"Nossos alunos têm um nível médio de compreensão de leitura equivalente ao de europeus com quatro anos a menos de escolaridade... E como é a escola que oferecemos? Tomamos o currilo fixo das escolas europeias e a alternativa da escola única dos americanos. Ou seja, a escola única com currículo único... nos livros, há assuntos demais, dentro de cada disciplina, como se todos fossem gênios e o tempo de aula fosse o dobro... com a inundação de conteúdos, nada se aprende, mas de tudo se ouve falar."







Educação como sujeição??


"Qual conhecimento é produzido à medida que os professores extraem a verdade ou provocam a ação dos alunos (e vice-versa) depende das relações de poder através das quais os sujeitos são constituídos."

Educação, verdade, poder, sujeição... Palavras antes conhecidas, mas não relacionadas, agora unidas com o objetivo de causar reflexão... O mais importante é perceber que não estamos sozinhos em sala de aula. Levamos conosco todo um sitema político, econômico, social. E muitas vezes, sem saber, reproduzimos técnicas hierárquicas em sala.
O primeiro passo, para qualquer mudança, é a conscientização.

Educação como Sujeição e como Recusa

“EDUCAR É SUJEITAR PROFESSORES E ALUNOS A PODEROSAS TECNÍCAS HIERARQUICAS DE VIGILANCIA, EXAME E AVALIAÇÃO ( por parte de administradores, pais e, de forma menos importante, colegas), que os constituem como objetos de conhecimento e sujeitos que conhecem. "(pg. 103)

                                                                                                                                                                                  
A leitura do texto me levou a letra da musica “Estudo errado” (Gabriel, O Pesador),
E pensar um pouco sobre as técnicas Hierárquicas de vigilância da Escola.

Estudo Errado - Gabriel O Pensador
"Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e OBEDECER?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar" [...]


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Educação como sujeição e como recusa" e a contribuição de Clarice Lispector.

Ler este texto fez com que eu refletisse acerca do que somos e não somos, pensamos ser e, também, daquilo que desejamos que os outros pensem/acreditem que somos.

"A educação está planejada para fracassar; ela produz necessidades e sujeitos necessitados, a fim de justificar sua própria necessidade" (p.105).
Essa frase me provocou demais. Então, pergunto:
Qual é a necessidade da educação? A mim, essa pergunta é mais profunda... Qual é a minha/a sua/a nossa necessidade? Porque eu penso que a educação nada mais é do que uma invenção do homem, portanto, ela só pode ser um produto de um desejo que é comum (ainda que difira na qualidade das intenções). Este desejo comum é o fracasso? A frase selecionada é ardilosa, e soou em tom de provocação... convocou-me ao texto. No entanto, se o mesmo disserta sobre o encontro da subjetividade a fim de que 'recusemos o que somos', acabo de fazê-lo. Por que ler e aceitar? Não aceito a educação planejada para fracassar. Encaro o fracasso como possibilidade e parte do processo educativo, mas e principalmente, acredito na educação planejada nem para o fracasso, nem para a vitórias, mas sim para a mudança.
A educação é um Elo criado para propagar. E, fracassando ou não, a educação propaga. Eis, então, a arte do cuidado para com o poder. É preciso ter cuidado com aquilo que pretendemos passar adiante... "Cuidar do eu é controlar o abuso de poder, limitar ou minimizar a dominação do nosso eu: 'é o poder sobre o que regulará o poder sobre os outros' ".

Este texto também me fez 'convidar' Clarice: http://www.youtube.com/watch?v=re4-BJ7JccI

Educação como Sujeição e Recusa.

(A sujeição também anda ao lado de, e molda, uma visão de mundo).

"No momento em que o aprendizado do indivíduo passa a depender da didática de outra pessoa, surge a necessidade de tolerar as divergências e a liberdade de expressão passa a ser subordinada ao educador". (Sir Lincoln Ringëril)

"Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo". (Michel Foucault)

Educação como Sujeição e como Recusa


Pensar a educação como sujeição e recusa é analisar o que a educação se propõe a fazer de fato dentro da nossa realidade, e refletir como ela pode ser dentro de outra perspectiva.

Somos produto desta educação de sujeição. Sempre sujeitos às imposições "externas", ora vinda pela família, ora pelo professor, ora pela própria sociedade.
Entretanto, o que me chamou atenção neste texto é ver a educação como recusa.

"não descobrir o que somos, mas recusar o que somos...imaginar e construir o que poderíamos ser...para promover novas formas de subjetividade" ( p.107)

Quando adquirimos consciência do que somos, de como somos constituídos e como estamos sujeitos ao mundo em que vivemos, teremos então a possibilidade de buscar alternativas criando novas maneiras de ser e de agir neste mundo, deslocando as relações de poder antes constituídas, quebrando os paradoxos e problematizando as desigualdades.

Refletir na condição atual da educação é pensar o sistema na qual ela se submete e para tanto conscientizar-se desta condição é buscar novos caminhos para a educação e nossa posição enquanto futuros educadores.

Que educação queremos? Para quem? Para que?

São perguntas fundamentais para iniciarmos esta reflexão...







"Educação como sujeição e como recusa"

"[...] a educação em massa de seres que são tanto objetificados quanto sujeitados, tantos produzidos como obejtos de conhecimento a serem dominados quanto produzidos como sujeitos que dominam." (Deacon, 1994, p.9)


"Educação como sujeição e como recusa"

Para Foucault o poder não é uma coisa ou uma propriedade, ele não se encontra em apenas um indivíduo ou uma única instituição; ele está em tudo, permeando a sociedade.

Pretendendo explicar o poder sem o rei como sua fonte e natureza, Foucault vai nos falar sobre o que ele chama de “Poder de disciplina”, o qual nasce com a modernidade, e é, basicamente, uma forma de poder ligada às instituições. Disciplina aqui vem como uma forma de executar o poder - que é individualizante, já que se exerce sobre cada indivíduo. É um poder que vem de fora, mas que se internaliza.

Se o poder é imanente na sociedade e se faz presente em todos os lugares, então todos nós somos afetados por ele? Se a ação da construção do aluno como indivíduo se dá com a influência do poder, então o professor que forma esse indivíduo também se encontra vinculado a ele, já que também foi aluno dessa mesma sociedade.

Ao contrário do que muitos acreditam, disse Foucault, “a verdade não está fora do poder”, já que ela faz parte desta sociedade, deste mundo. É possível então algum indivíduo constituir uma verdade sem qualquer efeito do poder? Para isso, sua educação necessariamente teria que se dar com a ausência desse? Teria que se pensar além do que se é esperado que se pense? Parto dessa discussão inicial para tentar entender como um professor, nessa perspectiva, pode ajudar seu aluno na construção de uma verdade sem amarras no poder.

"Existem momentos na vida onde a questão de saber se se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir" (Michel Foucault)

É possível se sujeitar e emancipar?

O texto de Roger Deacon & Bem Parker, “Educação como sujeição e como recusa”, me surpreendeu por abordar a educação de uma forma a qual nós educadores muitas vezes desconhecemos (abordagem foucaultiana), e também por definí-la de maneira diferente em relação a maioria vistas e trabalhadas até então com os demais textos da disciplina. Nesse texto, a educação é definida como meio de sujeição de professores e alunos a técnicas de vigilância, exames e avaliações por parte daqueles que nos rondam (como pais, administradores, colegas, etc.) assim como é estabelecida por meio de relações de poder entre professores e alunos. Somente por esse meio, conforme apontado pelo texto, é que a verdade, ou mesmo o conhecimento pode ser transmitido ao aluno, na medida em que a verdade é saturada de poder e é produzida por “múltiplas formas de constrangimento”, que dependem não só da sujeição do aluno, por parte do professor, a comunicações reguladas (como lições, questões e perguntas, ordens e exortações, etc.) e a processos propriamente de poder (como vigilância, punição e recompensa, etc.), como também a ação auto-disciplinadora do próprio indivíduo.

Além disso, ainda segundo o texto, faz parte da atividade educadora não somente a sujeição dos educandos a ação disciplinadora tanto por parte de agentes externos como também internos, mas também ações de recusa por parte dos alunos, àquilo que lhe está sendo proposto.

Acredito assim, que somente por esse meio, seria possível e viável a emancipação dos alunos, conforme apontado por Ranciére em seu texto. Isso porque é dessa maneira o processo de ensino-aprendizagem não fica centrado unicamente na sujeição da inteligência do aluno à do professor, ao que Ranciére coloca como sendo uma hierarquia das inteligências, na qual o aluno já recebe uma concepção já formada pelos professores sendo impedido de colocar o seu entendimento sobre o que lhe foi apresentado. Por meio da emancipação, portanto, o aluno teria espaço para que por meio do exercício da recusa ele possa duvidar de tudo que lhe for apresentado, e conceber o mundo segundo as suas visões.

Educação como Sujeição e como Recusa

" Educação e desenvolvimento são ambas empresas de construção social. Cada uma delas cria aquele novo tipo de espaço que então mobilia. A educação cria um vazio interno que exige ser preenchido e então acaba por monopolizar a produção dessa mobília... através da criação de um vazio interno, a educação destrói o sentido comum e, como resultado, o homo torna-se educandus: para para aprender ele precisa ser educado( Illich,1984, p.11)" ( p. 105 )

EDUCAÇÃO COMO SUJEIÇÃO E COMO RECUSA

"A teoria do conhecimento como representação tem seu corolário na concepção moderna do sujeito unitário e autônomo. A educação tal como a conhecemos é um aspecto de uma forma com a definição Kantiana dos seres humanos como, simultaneamente, sujeitos cognoscentes e objetos de seu próprio conhecimento" (Dreyfus & Rabinow, 1982: xv).

O indivíduo possui o conhecimento ou o conhecimento é que possui o indivíduo? Quem necessita de quem? Quem faz as verdades? Quem domina? Quem comanda? Quem faz a diferença? Como se faz a diferença? As concepções são históricas. O que é vencer? O que fracassar? O que é a verdade? O que o poder? Como você usa o poder? Como você usa a verdade? Perguntas com respostas diferentes cm o passar do tempo e das pessoas!

Educação como Sujeição e Recusa

“ O professor é constituído como o catalisador particularmente ativo, autorizado e comunicativo da produção e reprodução do conhecimento, em relação ao qual o aprendiz pode ser mais ou menos ativo, mas sempre subordinado” (p.98)






"Educação como Sujeição e como Recusa"

Tomando o poder como algo imanente às relações humanas, como foi analisado no texto, no contexto educacional tanto o professor quanto os alunos estão presos às amarras desses jogos de poder. No texto lido os autores trabalham com a idéia de recusar e criticar o que somos, contestando as desigualdades existentes, para que seja possível promover novas formas de subjetividade. Vejo, dessa forma, como grande desafio para um professor, à recusa de tal situação em que estamos colocados e o papel que assumimos nesse contexto. Mas, nas palavras de Foucault, “estamos sempre “dentro” do poder, não há como escapar dele”. Assim, me questiono como, de forma prática, tal recusa seria possível de se concretizar e gerar resultados, se todos nós estamos envolvidos e controlados pelo o poder? A leitura me possibilitou olhar para minha posição de aluna e futura professora, e questionar de que forma posso me libertar de todos esses mecanismos de sujeição. Para tais inquietações ainda não consigo encontrar resposta, mas penso que talvez essa própria indagação já seja um início da recusa que o autor apresenta.

Educação como sujeição ou recusa


Ao ler o texto, o que mais me chamou a atenção é como eles descrevem o papel do professor com a modernidade e como ele passa a ser cada vez mais difícil.

“O professor é constituído como o catalisador particularmente ativo, autorizado e comunicativo da produção e reprodução do conhecimento, em relação ao qual o aprendiz pode ser mais ou menos ativo, mas sempre subordinado. Sobre essa fundação comum e primária, a diversidade educacional tem se baseado em diferenças de segunda-ordem: convicções e objetivos políticos (reprodução ou transformação social); o status (científico ou ideológico) do conhecimento; a eficácia relativa aos métodos de instrução; a maneira pela qual a autoridade do professor é justificada (como autocrática ou como democrática); o grau de autonomia concedido aos aprendizes e a extensão no qual a reflexão e participação críticas são encorajadas”

(Deacon 1994; Deacon & Parker, 1993)




"Educação como Sujeição e como Recusa"

"A SUJEIÇÃO MÚTUA PRODUZ RESISTÊNCIA NO MOMENTO MESMO QUE A REPRIME; PROVOCA INSUBORDINAÇÃO NO MOMENTO MESMO QUE EXIGE OBEDIÊNCIA."(pg. 103)

Pink Floyd - Another Brick In The Wall

http://www.youtube.com/watch?v=t4SKL7f9n58

"EDUCAR É SUJEITAR PROFESSORES E ALUNOS A PODEROSAS TECNÍCAS HIERARQUICAS DE VIGILANCIA, EXAME E AVALIAÇÃO..."(pg. 103)


"...Nós não precisamos de nenhuma educação
Nós não precisamos de nenhum controle de pensamento
Nenhum humor negro na sala de aula
Professores, deixem essas crianças em paz
Ei! Professores! Deixem essas crianças em paz
Em suma, é apenas um outro tijolo no muro
Em suma, você é apenas um outro tijolo no muro..."

Educação como sujeição e recusa - Roger Deacon e Ben Parker

Após a leitura deste texto e de ter contato com diversas questões que rondam a escola, suas relações e práticas; após ler um pouco a cerca da verdade e da questão dela ser uma forma de representar a realidade ou a constituí-la, ler sobre os modos de comunicação e como esta se torna uma técnica de poder, uma forma de agir sobre as pessoas, a questão que mais me tocou foi a da sujeição e da autonomia. Não a sujeição a que nós estamos expostos pelo poder exercido pelos outros, mas a sujeição a que nós mesmos nos colocamos.
"os seres humanos são também intersubjetivamente sujeitados pelo fato de que eles são governados externamente por outros e internamente por suas próprias vontades." (p. 101)
E acredito eu que estas próprias vontades já estão cheias de influência externa, pois nós vivemos em uma determinada sociedade e portanto nossos pensamentos são condizentes com o modo a que se vive aqui.
Deste modo, eu me pergunto, em que momento nós somos totalmente livres?
Será que nós somos realmente livres quando pensamos por nós mesmos, aqueles pensamentos cheios de influência externa?

"Educação como Sujeição e como Recusa"





Posta as “condições impostas” pelo Iluminismo, penso que, a Resistência, segundo Foucault, é a contribuição para a perpetuação do Poder e da Sujeição, e propõe, para romper com isso, a Recusa. Ela viria para favorecer o início do trabalho educativo para o surgimento de novos “tipos de sujeitos”.
Mesmo com tantas propostas pedagógicas, não há ainda como vislumbrar a ausência do Poder porque ele está intrinsecamente condicionado ao conhecimento não somente dos conteúdos, mas da própria sobrevivência do indivíduo e da sociedade atual.
A Educação como Sujeição é a transmissão do conhecimento, do professor ao aluno. Foucault diz que “comunicar é sempre uma certa forma de agir sobre outras pessoas”. Na escola atual, o ensino e a aprendizagem estão colocados como possíveis realizações apenas pelo exercício do Poder Metodológico. Tanto o condicionamento comportamental quanto o conteudista submete alunos e professores na condição de Sujeição (“vigilância, exame e avaliação”), numa lista densa de “técnicas de poder” e “mecanismos disciplinares”. Assim sendo, o poder está em todos, ora sujeitos ativos, ora passivos.
A Educação como Recusa tem como ponto de partida o “eu” descoberto pelo autoconhecimento e pela autocrítica. A partir dessa apropriação é possível a Recusa desse “eu óbvio" que se apresenta como “realidade” abrindo possibilidades para a “invenção” de novos “eus”. Se, por um lado a crença no poder vai perpetuá-lo, a Recusa vai dissipá-lo. Com a Recusa ao Poder, o discurso sobre liberdade é extinto, num trabalho desafiador, usando contra o “inimigo” suas próprias “armas”, fomentando um jogo de estratégias, que exige acima de tudo: o conhecimento de quem se é, de onde se está e, sobretudo o quando há de disciplinado em si. “Para construir novos e diferentes sujeitos, o primeiro passo consiste em desafiar a ortodoxia iluminista com seus próprios paradoxos.” (p.107)
Penso que a Educação como Recusa pode ser possível a partir da atitude do professor e do aluno se ambos se posicionarem no jogo de forma exemplar.

Educação como Sujeição e como Recusa

"O poder funciona e se exerce em rede. Nas suas malhas os indivíduos não só circulam, mas estão sempre em posição de exercer este poder e de sofrer sua ação; Nunca são o alvo inerte e consentido do poder, são sempre centros de transmissão". - Michael Foucault.

Entender que a escola é uma instituição disciplinarizante, pronta para controlar as mentes e firmar ainda mais as relações de poder existentes na sociedade, pode fazer parecer que alunos, professores e funcionários da escola nada podem fazer diante dessa imposição de poder. Porém, essa frase de Foucault mostra que as relações de poder estão em constante movimento. Em determinado momento o indivíduo está 'submetido' a esse poder, já em outro, o exerce sobre os outros. O que define em qual pé dessa relação ele estará é o modo como ele lida com o conhecimento. Por mais que a escola seja esse espaço de imposição do poder - já que nem alunos, nem professores e, muitas vezes, nem gestores estão autorizados a decidir quais conteúdos serão ensinados em sala ou não - as experiências vividas na escola podem fazer com que os alunos tenham uma visão mais crítica a respeito desses conhecimentos, para assim agirem sobre ele. Decidindo por si só o que e de que maneira usará esses saberes. Nós professores temos, portanto, que deixar de nos esconder na desculpa de que estamos de mãos atadas diante dos acontecimentos escolares e assumir a nossa responsabilidade ao lidar com nossos alunos. Se nós, alunos-professores não enxergamos que somos autores e não apenas receptores de poder, continuaremos descontentes e imprestáveis na ação de transformar os problemas da educação.

Educação como Sujeição e Recusa

A educação bem como ela é......................... SERÁ?


"A reação padrão ao fracasso da educação, de forma que a educação se torna o remédio para seus próprios males. Entretanto, as anomalias surgem, proliferam, são reforçadas, ao invés de serem superadas, como a educação por si mesma. A educação está planejada para fracassar;ela produz necessidades e sujeitos necessitados, a fim de justificar sua própria necessidade." (p.105)










Educação como Sujeição e como Recusa

“As luzes que descobriram as liberdades inventaram também as disciplinas” (FOUCAULT)





"Todo sistema de educação é uma maneira política de manter ou de modificar a apropriação dos discursos, com os saberes e os poderes que eles trazem consigo". (FOUCAULT)





Neste segundo vídeo o professor de filosofia da Faculdade de Educação da Unicamp, Silvio Gallo, explica a sociedade disciplinar através das teorias de Foucault. Durante a leitura do texto me lembrei muito deste vídeo, por isso, decidi compartilhá-lo.

Educação como sujeição e como recusa


Com relação ao tema abordado no texto, creio ser relevante colocar a tira de Quino a respeito da educação.

- Levando em consideração de que muitas das relações sociais são baseadas em relações de poder, seria estúpido e ingênuo de nossa parte pensarmos que a escola seria a única instituição fora desse contexto.

Desde o início, a escola sempre se manteve próxima e inserida do poder em si, sendo sempre dependente dos resultados que provém dele.

"Toda tentativa de fechamento está destinada a reprimir aquilo do qual depende a permanecer incompleta; aquilo que aparece como mecanismo para a transmissão do conhecimento por uma autoridade, dentro de uma instituição, representa , na realidade, condições de possibilidade de sujeição, mascarada por alegações de favorecimento do progresso intelectual, da mobilidade sócio-econômica e do progresso social." (página 102).

À luz dos pensamentos de Foucault, os autores discutem acerca da sujeição do ser pela instituição e destacam que, segundo o pensador, uma instituição educacional não deixa de ser uma disciplina. Estamos sujeitos ao que a escola pode nos oferecer e o que quer nos oferecer.

Enfim, enquanto o ambiente escolar estiver impregnado de relações de sujeito dentro das relações de poder, será difícil transcedê-las e subvertê-las, contestá-las e problematizá-las. Já é tempo de "experimentar formas alternativas de oferta e administração educacional, promover novas formas de subjetividade".

Educação como Sujeição e como Recusa




"O exame, sustentado pela observação hierárquica e pelo julgamento normalizador, sujeita aqueles que sao percebidos como objetos e objetifica aqueles que são sujeitados." (FOUCAULT)

"Educar é sujeitar professores e alunos a poderosas técnicas hierárquicas de vigilância, exame e avaliação." (FOUCAULT)







"A educação está planejada para fracassar; ela produz necessidades e sujeitos necessitados, a fim de justificar sua própria necessidade." (ROGER DEACON)

“Educação como Sujeição e como Recusa – Roger Deacon e Ben Parker”

“Ao mesmo tempo criadores e efeitos de relações de poder e saber; veículos e alvos (agentes autônomos e autômatos determinados) de discursos poderosos; reprimidos e produzidos por relações de poder – os seres humanos são também intersubjetivamente sujeitados pelo fato de que eles são governados externamente por outros e internamente por suas próprias consciências.”

O trecho da página 101 me lembrou muito a discussão no final da aula passada, e também me levantou alguns questionamentos.
Acredito que a leitura do texto, desestabiliza o leitor que ainda não tem muito contato com o mundo escolar; Particularmente, após a leitura de “Educação como Sujeição e como Recusa”, meus pensamentos sobre a escola, sua maneira de agir, seu papel na sociedade e principalmente qual o seu objetivo, foram desconstruídos mais uma vez. E por essa desconstrução me veio à pergunta que foi muito levantada na aula passada: Qual a forma de mudar essa situação em que ao mesmo tempo somos criadores também somos efeitos de relações de poder e saber? Eu que ainda não tenho contato com o realidade escolar, e tenho ainda grande dificuldade para conseguir enxergar essas relações, que na maioria das vezes estão implícitas, não consigo pensar em uma solução, embora acredite que ela exista.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

educaçao como sujeiçao e recusa

Atualmente somos confrontados com múltiplos discursos educacionais que leva-nos a questionar a liberdade e a sujeição na educação. Todas as relações sociais são relações de poder. Na educação é importante considerar que os sujeitos se constituem com os outros e, portanto estão envolvidos pelo poder e as verdades que são construídas nesse processo igualmente.

A educação é permeada tanto por relações de sujeição, em que ela funciona como um disciplinador como por relações de recusa que consiste em confrontar essas mesmas relações.

Centrei-me na frase: “comunicar é sempre uma certa forma de agir sobre os outros”.Essa frase permite-me compreender que tanto os professores como os alunos se influenciam, quer seja por relações de sujeição ou recusa. Considerando o poder da comunicação, como educadora acredito que a relação que terei com os meus alunos é poderosa: ela pode sujeita-los, mas também pode emancipa-los. Desta forma é essencial compreender as relações de poder que envolve o processo educativo e ter consciência da influencia que exercemos sobre os nossos alunos e vice-versa.

Educação em massa


A educação em massa é um desafio se o objetivo é desenvolver um trabalho que envolva as várias dimensões educativas e, consequentemente, falha. Os alunos são distintos em muitos aspectos e possuem seus próprios modos de aprendizagem, portanto colocá-los todos em um mesmo ambiente educacional e passar de uma mesma maneira o conteúdo não é a melhor atitude perante uma sala de aula.

Essa realidade está cada vez mais presente no âmbito educacional e o papel do educador que é apresentar diferentes estratégias ao expor os conteúdos está cada vez mais distante de ser realizada pelo fato de não atingir a todos os alunos presentes na mesma sala de aula, que são inúmeros, e apenas um grupo, assim diferentes modos de atuação dos professores como discussões, trabalhos em grupo, teatro, visitas a museu, são necessárias e devem fazer parte do planejamento.

A dificuldade no aprendizado por esse motivo pode corromper a inteligência dos alunos e com isso a proposta ideal seria deixar o aluno escolher a área de interesse específico, desse modo teriam o conhecimento com o prazer de aprender o que lhe interessa desde os primeiros anos na escola.