terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sujeição do bem???


Segundo Michael Foucault a sujeição é algo natural às relações sociais. Sujeitamos-nos à vontade de um amigo, à necessidade de uma pessoa querida, mesmo sem o querer. E isso pode significar uma imposição de poder? Estamos sempre muito preocupados em resistir a imposições, como se ficássemos mais fracos se cedêssemos. Mas não percebemos as diversas situações cotidianas, que estamos sujeitos à vontade do outro sem se quer nos incomodar. Seriam essas sujeições e imposições sempre maléficas?

Considerando a sujeição uma forma de obediência, podemos considerar a educação como sujeição. Ao comunicar a educação estabelece certa disciplina, constituída num processo de poder. E se apoderando do conceito central trabalhado por Michael Foucault em “Vigiar e Punir”, é fácil perceber isso, pois a escola é estruturada de maneira que todos (professores, alunos e funcionários), estejam sob vigilância e avaliações constantes, julgados uns pelos outros. E este julgamento é o que os definirá como sujeito. Então seremos nós futuros agentes de imposições?

O texto relaciona diversos pontos da realidade educacional à luz do filósofo Michael Foucault, e nos faz perceber outras perspectivas que não estão implícitas. Como o fato de sujeição não ser meramente um sinônimo de repressão ou dominação, mas algo natural às relações sociais, ou o termo resistência, não estar contra o poder, mas ligado a este, já que o poder gera resistência de poder. A educação é um agente de construção social permeada por relações de poder de força simbólica, representada pela hierarquia, por isso a educação não pode se ver isenta do poder. A posição professor/ aluno deixa pré-estabelecida uma hierarquia.

É neste contexto que proponho outro rumo. Faz-se necessário, na figura do professor, o autocontrole, e o domínio dos excessos, que poderão inibir a produção intelectual do aluno ou desmotivá-lo a encontrar sozinho novos saberes. Na faculdade é fácil idealizar a prática, e não levar em consideração o desgaste, por isso REIVENTAR-SE É FUNDAMENTAL!

Um comentário:

  1. Exatamente! Acredito que o educador deve exercer a autoridade e não o autoritarismo, pois à medida que se tem a consciência de sua autoridade em sala de aula, o professor está aberto para ensinar e ao mesmo tempo aprender e com isto reinventar, considerando/tendo respeito por seus alunos.

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