quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Educação como Sujeição e como Recusa

O texto de Deacon e Parker fez com que eu me lembrasse de um texto que li para outra disciplina: o primeiro capítulo de um livro chamado "A invenção da sala de aula" de Inés Dussel e Marcelo Caruso. Gostaria de comentar sobre ele, pois vejo algumas aproximações entre os dois.
Neste capítulo, Dussel e Caruso argumentam como a educação é uma forma de legitimar o governo. Isso se deve a uma mudança na consciência da população que ocorreu ao longo da história. Na Idade Média não havia interesse por parte dos senhores no que os seus subordinados pensavam, contanto que eles cumprissem com as suas obrigações e lhes fossem obedientes. Entre os séculos XVI e XVIII, ocorreu uma mudança de pensamento, e os autores escrevem "Já não se trata de impor a obediência cega sob ameaça de violência, mas de obter a obediência reflexiva, aceita como correta." Era preciso então convencer, por meio de argumentos racionais, da necessidade do respeito às regras, e caso isso não ocorresse, o indivíduo deveria justificar-se e aceitar a punição. Enfim, Dussel e Caruso dizem que para que a população se deixe conduzir por um governo, é preciso que cada indivíduo sinta-se condutor de si próprio. Sobre isso, os autores escrevem que governar-se se relaciona com controlar seus impulsos, comportar-se de acordo com a determinação de códigos sociais, fazer isso de sua liberdade, que não é pura nem irrestrita. Ao fim da argumentação, os autores concluem que a pedagogia é fundamental para o processo de governo, uma vez que esta "trata de educar as consciências e os corpos."
Após pensar muito sobre o assunto, ainda não sei se consigo compreender completamente o que os dois textos propõem, portanto, não sei se é possível timar uma posição a respeito. Mas não deixo de ficar com a pulga atrás da orelha ao refletir sobre o assunto.

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