A aula como acontecimento:
Primeiramente, sinto a necessidade de dizer que foram muitas as reflexões incitadas por meio dessa leitura. Uma delas, talvez a que mais me fez pensar sobre minha atuação enquanto educador foi a análise de minha própria herança cultural. Do meu histórico e referenciais. Quando penso numa postura possível de atuação, uma postura frente aos desafios que terei na sala de aula, não há como me desprender dos meus referenciais de educação. Seja no âmbito escolar ou familiar. Durante muito tempo compreendi a escola como extensão da própria família, isto talvez tenha engessado minha concepção de educação. Sinto o quanto fiquei e ainda fico preso num passado remoto, mas vivo nas minhas lembranças e recordações. Talvez esse ciclo vicioso tenha sido responsável por manter-me atado frente às possibilidades de atuação. Pois estava sempre buscando respostas no passado para realidades atuais, para o próprio presente. Uma forma de pensar que nos conduz a um movimento arcaico à procura por resoluções de problemas passados como se fossem atuais, fazendo-nos esquecer de nosso poder de mudança do aqui e agora. A princípio não saberia dizer que tipo de professor eu almejo ser, mas posso afirmar que tipo de professor eu não quero ser. Não quero ser aquele professor que busca apenas no passado as respostas para o presente que se mostra, quero ser aquele professor que se reconhece enquanto produtor e receptor de cultura, uma cultura não presa às heranças mas concebida também pelo presente.
Também penso nesse ciclo do qual fazemos parte, e nessa dificuldade de atuar de maneira diferente das nossas referências... Como é difícil inovar, ir além, mudar!! Sinto-me responsável pela educadora que serei, e gostaria de ir além do que conheço... No entanto, fica a dúvida: como se desprender deste padrão de professor que conhecemos a vida toda para se tornar algo diferente, algo no qual acreditamos, mas que não sabemos como é??
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