quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Educação como Sujeição e como Recusa

"O poder funciona e se exerce em rede. Nas suas malhas os indivíduos não só circulam, mas estão sempre em posição de exercer este poder e de sofrer sua ação; Nunca são o alvo inerte e consentido do poder, são sempre centros de transmissão". - Michael Foucault.

Entender que a escola é uma instituição disciplinarizante, pronta para controlar as mentes e firmar ainda mais as relações de poder existentes na sociedade, pode fazer parecer que alunos, professores e funcionários da escola nada podem fazer diante dessa imposição de poder. Porém, essa frase de Foucault mostra que as relações de poder estão em constante movimento. Em determinado momento o indivíduo está 'submetido' a esse poder, já em outro, o exerce sobre os outros. O que define em qual pé dessa relação ele estará é o modo como ele lida com o conhecimento. Por mais que a escola seja esse espaço de imposição do poder - já que nem alunos, nem professores e, muitas vezes, nem gestores estão autorizados a decidir quais conteúdos serão ensinados em sala ou não - as experiências vividas na escola podem fazer com que os alunos tenham uma visão mais crítica a respeito desses conhecimentos, para assim agirem sobre ele. Decidindo por si só o que e de que maneira usará esses saberes. Nós professores temos, portanto, que deixar de nos esconder na desculpa de que estamos de mãos atadas diante dos acontecimentos escolares e assumir a nossa responsabilidade ao lidar com nossos alunos. Se nós, alunos-professores não enxergamos que somos autores e não apenas receptores de poder, continuaremos descontentes e imprestáveis na ação de transformar os problemas da educação.

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