quarta-feira, 21 de setembro de 2011

"Educação como sujeição e como recusa" e a contribuição de Clarice Lispector.

Ler este texto fez com que eu refletisse acerca do que somos e não somos, pensamos ser e, também, daquilo que desejamos que os outros pensem/acreditem que somos.

"A educação está planejada para fracassar; ela produz necessidades e sujeitos necessitados, a fim de justificar sua própria necessidade" (p.105).
Essa frase me provocou demais. Então, pergunto:
Qual é a necessidade da educação? A mim, essa pergunta é mais profunda... Qual é a minha/a sua/a nossa necessidade? Porque eu penso que a educação nada mais é do que uma invenção do homem, portanto, ela só pode ser um produto de um desejo que é comum (ainda que difira na qualidade das intenções). Este desejo comum é o fracasso? A frase selecionada é ardilosa, e soou em tom de provocação... convocou-me ao texto. No entanto, se o mesmo disserta sobre o encontro da subjetividade a fim de que 'recusemos o que somos', acabo de fazê-lo. Por que ler e aceitar? Não aceito a educação planejada para fracassar. Encaro o fracasso como possibilidade e parte do processo educativo, mas e principalmente, acredito na educação planejada nem para o fracasso, nem para a vitórias, mas sim para a mudança.
A educação é um Elo criado para propagar. E, fracassando ou não, a educação propaga. Eis, então, a arte do cuidado para com o poder. É preciso ter cuidado com aquilo que pretendemos passar adiante... "Cuidar do eu é controlar o abuso de poder, limitar ou minimizar a dominação do nosso eu: 'é o poder sobre o que regulará o poder sobre os outros' ".

Este texto também me fez 'convidar' Clarice: http://www.youtube.com/watch?v=re4-BJ7JccI

Nenhum comentário:

Postar um comentário