quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"O nome dos outros" - O "eu" e o "outro"

Devo ter "tolerância" ou "estar à disposição do outro"?



"Promessas de um Novo Mundo" - documentário sobre 7 crianças palestinas e israelenses que vivem em Jerusalem, moram cerca de 20 minutos de distância uma das outras, mas vivem em mundos completamente diferentes. Postei apenas a primeira parte do documentário, mas, para quem não assitiu, vale a pena!!!! E muito!



Reflexão sobre o texto: “O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educaçãode Silvia Duschatzky e Carlos Skliar

Pensando na questão de “Como opera a tolerância na educação?” (p.135), trouxe à baila esse conceito de “a tolerância” e pensei em contextualizar no “Mundo da Universidade”. É justamente nos arredores das Ciências Humanas que nos deparamos com algumas crenças a respeito da sociedade, da economia e da política que tolerantemente impõe seus vetores.
Neste contexto, os indivíduos que não compartilham de tais ideologias se vêem obrigatoriamente colocados diante de duas opções para a convivência tolerante: ou se deixam doutrinar, ou, por sensatez vão cuidar para não pisar em campo minado, evitando assim o despertar da máquina padronizadora de indivíduos. Mesmo parecendo incompreensível, o primeiro (indivíduo) tolera o segundo (grupo) para preservar sua diferença, enquanto é o segundo que discursa sobre ela.
Um segundo exemplo que pensei é sobre a “padronização que rotula”: “Se é analfabeto, é ignorante”. Penso amiúde que, partindo do ideal de educação igualitária, que só pode ter conhecimento aquele que é letrado,  aceitar o analfabeto, que assim o é, não por falta de oportunidade, mas simplesmente porque o valor das letras não lhe é importante tanto quanto para um acadêmico, nos coloca em situação de intolerância e acabamos marginalizando o indivíduo. Fica difícil compreender o motivo pelo qual ele não valoriza algo que para a sociedade acadêmica é a chave do mundo. Então, recusamos essa relação, e, certamente a mascaramos com um envolvimento falso, superficial, frágil, fomentando o desprezo e o conflito do valor do “eu” e do valor do “outro”.
Afinal, quem está com a “verdade”? O “eu” ou o “outro”?
E acredito que não é findo, porque precisamos do “outro” como fonte de conduta e respeito nos relacionamentos sociais. Penso que o julgamento ao “outro” ancora em mim o ponto de partida e referência. Julgando, excluindo, rotulando, o “outro”, obrigatoriamente me coloco no mesmo nível de julgamento, e o juiz, que sou eu, é implacável.

2 comentários:

  1. Já vi o documentário "Promessas de um novo mundo". O que mais me chamou atenção nele é que, apesar de serem crianças palestinas e israelenses, elas eram crianças e humanas, o que vai além de qualquer fronteira ou limite.

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  2. Como dói essa verdade: "Julgando, excluindo, rotulando o 'outro', obrigatoriamente me coloco no mesmo nível de julgamento, e o juiz, que sou eu, é implacável"

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