A situação atual da comunidade Noiva do Cordeiro tem início lá pelos anos de 1890, quando Maria Senhorinha de Lima toma a decisão de se separar do marido e viver com outro homem. A partir daí a comunidade ficou sujeita a discriminações e preconceitos. As mulheres que lá viviam foram taxadas de prostitutas, submetidas a relações de poder que excluem e julgam as pessoas, ficando desde então isoladas. Porém, essa condição em que foram forçosamente colocadas fez com que todas elas se unissem e conseguissem viver nesse isolamento.
Pensando numa interlocução com o texto de Deacon&Parker, num momento do texto tem a seguinte frase: “as relações de poder não são simplesmente ‘danosas’; são também ‘benéficas’” (p.102). Como no caso dessas mulheres, o poder não gerou unicamente repressão, mas também produção. Diante do preconceito que elas sofreram, criaram seu modo próprio de sobreviver, que se mostrou pelos vídeos ser muito igualitário.
Portanto, percebe-se que essas mulheres, mesmo excluídas pelas comunidades vizinhas, não permitiram que essa condição se fizesse presente dentro de Noiva do Cordeiro. Pelo contrário, lá todas se uniram e lutaram contra tal situação em prol do bem-estar de todas.
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