quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Noivas do Cordeiro

É bem verdade quando dizem que "tudo tem seu lado ruim e seu lado bom". Ao saber da história das noivas do cordeiro, me peguei a pensar até quem ponto o ser humano é capaz de julgar o próximo como se isso fosse natural. Assusta-me pensar que boatos podem tomar uma proporção tão grande, modificando o destino de centenas de pessoas e suas gerações. O absurdo do acontecimento é evidente, no entanto, se mudarmos a direção do olhar, podemos ver que todas essas mulheres enfrentaram essa situação com louvor. Hoje, embora isoladas e com muitas dificuldades de estrutura, elas vivem com amigos e pessoas que estarão sempre dispostas a ajudar e exercer o respeito mútuo. Será que quem perde são elas? Se Maria Senhorinha de Lima não tivesse ido atrás de seus ideais, e tivesse levado a vida imposta à ela pelas relações de poder em que vivia, hoje essas mulheres serviriam ao sistema, assim como todo o país e o mundo. Porém, a determinação de Senhorinha culminou na vida que elas levam hoje, no trabalho dedicado a si próprias, na solidariedade com os que enfrentam os mesmos problemas, na amizade com quem sofre por outros. Pensando bem, tudo o que lhes foi privado, como o conforto da era tecnológica, não valeria a pena se tivessem que, em troca, perder a humanidade conquistada diante da exclusão, do preconceito e do julgamento infundados de quem acredita ser mais que outrem.

Um comentário:

  1. Acredito também que de uma maneira muito dolorosa, as Noivas do Cordeiro conseguiram provar a todos que é possível uma comunidade excluída, ter seu funcionamento próprio e sem as imposições de dado sistema. Entretanto penso nos efeitos psicológicos que isso tenha causado, e ainda causa, nessas mulheres que mesmo se demonstrando tão fortes, choram ao lembrar da discriminação.

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