quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"O nome dos outros. Narrando a alteridade na cultura e na educação"

A leitura do texto, que mostra maneiras de se olhar “os outros”, me fez relembrar a maneira de como isso esteve presente na minha educação, e de que maneira isso ainda está presente na minha maneira de ver o outro. Apresentando três maneiras de se ver o outro: “O outro como fonte de todo mal”, “Os outros como sujeitos plenos de uma marca cultural” e “O outro como alguém a tolerar”, acredito que as duas últimas formas foram as que mais marcaram minha educação, e continuam marcando a educação atual.

No caso de encarar “os outros como sujeitos plenos de uma marca cultural”, e assim vê-los como uma comunidade homogênea de estilos e crenças, que geralmente são trazidos à escola em épocas festivas, faz com que o multiculturalismo seja visto como algo externo a sociedade, como apenas mais um ponto a ser estudado, que mostra a diferença de maneira muito superficial, a partir de uma “vitrine” feita sempre é claro, a partir das impressões daquele que narra.

Já a maneira de enxergar “o outro como alguém a tolerar”, que usa o discurso de tolerância a fim de evitar as interrogações e livrar-se de qualquer mal-estar que a diferença possa causar, faz com que a indiferença ganhe espaço neste debate tão polêmico. Assim, mais uma vez a questão de “ver o outro” é deixado de lado.

Ambas as formas não permitem que uma educação frente à diferença seja realizada, e muitas vezes tendo essas formas tão presentes na educação, se pensa que isso seja algo praticamente impossível. Mudar esse foco e passar a ver o “ato de educar como uma colocação, à disposição do outro, de tudo aquilo que o possibilite ser distinto do que é, em algum aspecto” (p.135) é algo que requer de nós, futuros educadores, um exercício muito grande de superação e quebra de barreiras muitas vezes impostas a nós. Mas acredito que mais do que a superação e a quebra de barreiras, temos que estar dispostos a fazer tal exercício e a assumir todas as mudanças que tal fato pode nos trazer.

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