quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O Nome do Outro

As classificações obedecem a regras , mas sempre envolvem uma pitada de subjetividade. Na taxonomia biológica, o ordenamento de todos os níveis acima da espécie contém alguma arbitrariedade. Mas a espécie, nível inferior, tem um estatuto especial: “Segundo os dogmas do ‘conceito de espécie biológica’, cada espécie representa uma unidade ‘real’ na natureza. (MAGNOLI, Demétrio. Uma gota de sangue: história do pensamento racial. P.29. São Paulo: Contexto 2009).

Acredito que esta passagem consiga traduzir minha leitura sobre ‘O nome dos outros’. Uma leitura que nos remete aos mais tímidos preconceitos silenciados pela tradição, pela cultura e perpetuados pela educação. Mas quais seriam os critérios que sustentam essas regras? Incoerentemente, tais critérios são imbuídos de preconceitos naturalizados e mascarados pela própria subjetividade. Pois a mesma se constitui também por meio de elementos herdados e incorporados ao longo de nossa existência. Talvez, a subjetividade não daria conta de explicar a unidade real que representamos na natureza, diga-se de passagem, historicamente multicultural, ou seja, constituída de tantos “OUTROS”.

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