" (...) Mais do que qualquer outra atividade espiritual da nossa espécie, a Arte, especialmente a Literatura, a que me dediquei e com que me casei; mais do que ela nenhum outro qualquer meio de comunicação entre os homens, em virtude mesmo do seu poder de contágio, teve, tem e terá um grande destino na nossa triste humanidade. Ela explicou e explica a dor dos humildes aos poderosos e as angustiosas dúvidas desses, àqueles; ela faz compreender, umas às outras, as almas dos homens dos mais desencontrados nascimentos, das mais diversas épocas, das mais divergentes raças; ela se apieda tanto do criminoso, do vagabundo, quanto de Napoleão prisioneiro ou de Maria Antonieta subindo à guilhotina; ela nos faz compreender o universo, a terra, Deus e o mistério que nos cerca e para o qual abre perspectivas infinitas de sonhos e de altos desejos. Fazendo-nos assim tudo compreender; entrando nos segredos das vidas e das coisas, a Literatura reforça o nosso natural sentimento de solidariedade com os nosso semelhantes, explicando-lhes os defeitos, realçando-lhes as qualidades e zombando dos fúteis motivos que nos separam uns dos outros. Ela tende a obrigar todos nós a nos tolerarmos e nos compreendermos; e, por aí, nós nos chegaremos a amar mais perfeitamente na superfície do planeta que rola pelos espaços sem fim. O amor sabe governar com sabedoria e acerto, e o destino da Literatura é tornar sensível, assimilável esse grande ideal de poucos a todos, para que ela cumpra cada vez mais sua missão quase divina."
um prolongamento das aulas da disciplina EP153 do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação - UNICAMP
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Sobre a Lição
Pensei em escrever algo sobre o texto, no entanto, achei que compartilhar com vocês um poema do Lima Barreto descreveria com muito mais exatidão tudo o que me veio à mente com a leitura. Espero que gostem!
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