quarta-feira, 17 de agosto de 2011

A leitura e a liberdade

Inicialmente, imaginei o que um livro poderia ter para tornar a leitura agradável, pensei na obrigação da leitura, mas também pensei no caminho que essa leitura poderia me levar, até porque o  interessante da leitura é o caminho pelo qual cada leitor segue, levando por esse caminho sua bagagem cultural com seus princípios e valores. Por isso, pensei na liberdade de escolha de cada leitor para compreender um livro. Liberdade essa que muitas vezes é retirada da sala de aula, onde o professor comanda a leitura e classifica a produção sobre o livro como certa ou errada. Desse modo, como a leitura poderá levar até a liberdade? O professor, ao ignorar ou classificar a produção do aluno, se limita a comandar o seu caminho, deixando apenas um a ser seguido (caso contrário o aluno “tira zero”). Nesse aspecto, pude refletir sobre o real papel do professor na sala de aula, que acredito não ser o de fechar todos os caminhos e apresentar uma saída. A reflexão sobre as leituras (muitas vezes obrigatórias) fica limitada, e o aluno fica dependente da interpretação do professor, o que, além de não estimular a criatividade, também prende o aluno a regras que poderiam ser discutidas. Acredito que, mais do que uma lição, a leitura se manifesta como exercício da liberdade e o uso indevido dela em algumas escolas só prejudicará o aprendizado, até porque é comum surgirem casos de alunos que perderam a vontade de ler (e isso começa nos primeiros anos), ou a coragem de expressar o que sentem porque estavam submetidos a só uma maneira de interpretar.
Ilustração que exemplifica o que foi afirmado sobre leitura e liberdade: vários alunos lendo o mesmo livro, que pode trazer inumeras interpretações.

2 comentários:

  1. Puxa Camila, uma frase do seu texto conversou comigo lindamente: "o interessante da leitura é o caminho pelo qual cada leitor segue, levando por esse caminho sua bagagem cultural com seus princípios e valores."
    A ilustração que você utilizou para exemplificar o que foi afirmado no texto por Larrosa, é fantástica!

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