quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O que mais me chamou a atenção no texto foi a citação abaixo e a verdade nela, que o professor ensina o que ama, e espera ver esse amor naquilo pelos alunos.

“a professora seleciona um texto para uma lição, e ao abri-lo, o remete. ...Uma vez que só se presenteia o que se ama o professor gostaria que seu amor fosse também amado por aqueles aos quais ele o remete. (Jorge Larrosa, 2001)


Mestre

Mestre, meu mestre querido,
Coração do meu corpo intelectual e inteiro!
Vida da origem da minha inspiração!
Mestre, que é feito de ti nesta forma de vida?

Não cuidaste se morrerias, se viverias, nem de ti nem de nada,
Alma abstracta e visual até aos ossos.
Atenção maravilhosa ao mundo exterior sempre múltiplo,
Refúgio das saudades de todos os deuses antigos,
Espírito humano da terra materna,
Flor acima do dilúvio da inteligência subjectiva...

Mestre, meu mestre!
Na angústia sensacionalista de todos os dias sentidos,
Na mágoa quotidiana das matemáticas de ser,
Eu, escrevo de tudo como um pó de todos os ventos,
Ergo as mãos para ti, que estás longe, tão longe de mim!


(trecho do Poema Mestre, de Álvaro de Campos - Heterônimo de Fernando Pessoa)

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